Os
sonhos tecemos lentamente,
porque
esse caminho onde pisam nossos passos
é
feito de história.
Você
nasce e ganha um corpo
feito
do corpo dele.
Então
aprendemos
que
somente ele tem o poder de dar.
É
por isso que procuramos sua indefinida tecitura,
e
o tocamos com nossas mãos
carentes
de mais amor.
Como
divina virtude e proteção,
já
que é realmente divino
este
que toca sua pele, com esta caneta,
nesta
fina e branca folha!
Todos,
hoje,
neste
sábado de carnaval de 1977,
dançam
seus corpos suados de estranha alegria
que
nem sempre é autenticamente alegre!
A
minha alegria
é
dançar nesta folha branca, onde escrevo.
Sei
que igual a esses soberbos dançarinos,
se
quiser me ver forte nessa dança
(ora
divina, ora macabra)
precisarei
suar copiosamente
nessa
dança
nesta
folha branca!
Suar
à luz do grande sol!
Suar
e cair em gotas, formando palavras
nesta
folha branca.
Essa
vai ser a premissa
de
meu carnaval original,
prata
pura sobre a tristeza
da
terra!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário ou mensagem para o autor.