sexta-feira, 25 de novembro de 2011

LAVRA PALAVRA

Para o poeta Mário Chamie


Não quero lavrar a palavra
se a lavra da palavra
não vier com o cheiro
do sangue da terra.

Não quero lavrar a palavra
somente pela palavra
se a lavra da palavra
não trouxer o sol
e a esperança do sol.

A lavra da palavra
não pode cair no vazio
da cisterna sem água.

Nem da boca sem sede.



Aceito somente a lavra da palavra
se a palavra vier com o sol
se a palavra vier com o cheiro
da terra vermelha que se ara
na lâmina do arado,

aceito esta lavra palavra
somente se houver a esperança
do sol
sobre o cheiro e sobre o sangue
da terra.

Não, não quero a lavra
da palavra somente pela palavra.

Quero a lavra da palavra
somente quando trago
na lavra da palavra

o sol
no cio
sobre a cisterna

cheia de água.

6 comentários:

  1. Grandiosos versos, me encantei poeta Mário.
    Abraços e sucesso sempre.

    ResponderExcluir
  2. Boa noite!!!
    Amei sua linda poesia
    Complexa e cheia de verdades
    Palavras precisam gerar vida!!!

    ResponderExcluir
  3. Caro Maurélio,

    Escrevi o poema "Lavra palavra" em homenagem ao poeta e amigo Mário Chamie. Obrigado pelas suas elogiosas palavras. Este poema faz parte de meu livro "O catador de palavras".

    Abraços

    Antonio Ventura

    ResponderExcluir
  4. Gorete,

    Obrigado pelas gentis palavras. Este poema encontra-se em meu livro "O catador de palavras", página 273.

    Abraços,
    Antonio Ventura

    ResponderExcluir

Deixe aqui o seu comentário ou mensagem para o autor.