ME APRESENTO, poeta
de espírito, andando por essas ruas
do absurdo. Se eu disser
que te amo, tu me adoras?
Nossas mãos
têm obrigação de serem carinhosas,
mas sabemos também
que o animal ruge no peito sua tempestade!
Esse mar que conheço, jardim selvagem,
vem até à praia,
trazendo sempre a sua promessa
de espuma e sal!
O poeta não tem obrigação
de saber do poema,
mas é de inteira obrigação
do poema saber do poeta!
Poeta! Semeai campos de trigo,
mastigai vossa dura semente!
Ah! Mas vão brotar fontes
onde imaginamos
ser a água clara
e que tenham florestas
e tigres, e ovelha tão doce
apaziguando a manhã!
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