Zé Vicente filho do Inferno
o que foi feito do céu onde outrora se
bem me lembro
a minha vida era um festim e tu me
sentaste a beleza
em meus joelhos numa tarde
e eu segui ao teu encontro filho meu
e aqui e agora estou de volta a serpente
a magia
as pirâmides do Egito a Esfinge Eu
estou voando no céu que chamamos
Consciência Cósmica em chamas
Consciência Cósmica em chamas
como um potro de crinas brancas de prata
cavalgando
um potro de prata numa quermessinha do
interior de Minas
no interior de todas as ruas do mundo.
Meu filho hoje eu vim te visitar e
anunciar que continuo feliz
na consumação de minha carne de minhas
horas
porque eu caminho feliz e iluminado na
montanha na torre
e é doce o meu cajado de nuvens e de
origens
exatas como as águas de um rio sereno a
Esfinge
a pedra no meio do caminho aquela que
lamentei e aprendi
que por essas veredas da nova era
existirão pelas esquinas as lamentações
sangrentas.
O espírito secreto te conta uma história
para tu dormires
e acordar de manhã cedinho em noutras
cidades noutras plagas
noutras plagas ah os pássaros estou
chegando ouço ruflar de asas
de pássaros eternos loucos equilibrados
que formarão a grande
arvore onde somente as crianças têm
ingressos para
o Brinquedo que tu me ensinaste brincar!
Antonio
Ventura
(foto
de José Vicente)
José
Vicente destacou-se
como autor das peças de teatro “O Assalto” e “Hoje é Dia de Rock”, grandes
sucessos de público e crítica. Foi considerado o Rimbaud do Teatro Brasileiro.
Deixou várias peças escritas.
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