O livro "O guardador de abismos" será lançado no dia 7 de maio, na Livraria da Travessa, Rio de Janeiro. Estão todos convidados.
Leia, a seguir, o texto da quarta capa do livro escrito pelo imortal Antonio Carlos Secchin.
O guardador de abismos, de Antonio Ventura, é, no seu conjunto, um comovente relato dos encontros e desencontros de um homem com sua própria infância.
O guardador de abismos, de Antonio Ventura, é, no seu conjunto, um comovente relato dos encontros e desencontros de um homem com sua própria infância.
As três partes da obra são
atravessadas pelo mesmo sopro lírico, que transforma o poeta (ainda que em prosa) num ser tecido de água e
vento. Na paisagem do passado, a imaginação líquida e gasosa de Ventura nos
convida ao êxtase frente ao fluxo intérmino do pequeno rio, nos convoca à
fruição auditiva e amorosa dos pingos da chuva no telhado, à contemplação das
nuvens, sem es
quecer o presente, traduzido nas vigorosas celebrações da amada, ou ainda o desencantado olhar ao futuro, num lamento em surdina diante das coisas que escapam a nosso controle e desejo.
quecer o presente, traduzido nas vigorosas celebrações da amada, ou ainda o desencantado olhar ao futuro, num lamento em surdina diante das coisas que escapam a nosso controle e desejo.
Carlos Drummond de Andrade é o
grande interlocutor, quase sempre implícito, elíptico, deste novo livro de
Antonio: não por acaso, a pujança da infância, o corpo feminino e certa descrença na humanidade são traços comuns aos dois
poetas.
Após o belo O catador de palavras
(2011), O guardador de abismos é confirmação do talento — em verso & prosa
— de Antonio Ventura.
ANTONIO CARLOS SECCHIN
da Academia Brasileira de Letras
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