Ilustração: Antonio Ventura |
Na
idade do lobo, meus uivos varam a noite. Um lobo, nem feroz e nem lobo. Apenas
um menino antigo e um pouco cansado.
Outrora, também, meus cabelos esvoaçavam ao vento. Meus pés pisavam a
areia macia das praias. O mar antigo bramia na areia. E os peixes, há milhares
de anos, já habitavam os oceanos. A maresia cheirava a um cheiro de fim de
tarde. E na memória a melancolia de todos os sorrisos das mulheres amadas. Amadas,
mal-amadas, descabeladas feiticeiras. Dançarinas de ventre que um dia meus
olhos fitaram. Que um dia meus sonhos sonharam.
Tudo fica na lembrança.
ResponderExcluirMas na verdade carregamos muito da criança que fomos.
Bjos e uma boa semana
Obrigado pelo comentário, Sonia. Um grande abraço.
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