Por Antonio Carlos Secchin
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Antonio Ventura e Antonio Carlos Secchin |
Enquanto quase todos seus colegas de geração – a da "poesia marginal" – celebravam o precário, Ventura, dissonantemente, como atesta o título de um seu livro, efetuava a Reivindicação da eternidade. No compasso de um discurso abastecido em lições rimbaudianas, desafiadoramente proclamava: "Eu sou um deus que canta entre os rochedos". Noutro passo, todavia, a voz de Ventura se contrapunha a uma das mais famosas lições do vate francês: "Como é fabuloso ser eu, e não o outro".
Há um fio condutor, vazado em formas e temas diversificados, a perpassar a obra de Antonio. Se acatarmos sua sugestão de percorrer o livro como um romance, divisaremos um mesmo personagem, envolvido embora em situações existenciais diversas. Ventura, apoiando-se principalmente na prática do verso longo e no fluxo irreprimível de imagens, conforme se lê em "Insólito" e no belo "Divino Narciso", assinala o tempo todo uma urgência de vida a alimentar sua poesia. Assim, os dados biográficos nele se afiguram fundamentais, desde que, é claro, seus impactos estejam moldados pelo rigor da consciência criadora.
O poeta-andarilho, numa viagem iniciada em Ribeirão Preto, com escala no Rio de Janeiro, constrói e oferta neste livro sua morada mais sólida. No ponto de partida do adolescente ou na estação de desembarque do adulto, a mesma transbordante celebração da poesia.
*da Academia Brasileira de Letras
So posso seguir se for pelo Twitter?
ResponderExcluirEu nao uso,so Blogger.
Como eu faço para concorrer?
Adoraria ganhar este exemplar,deve ser magnifico
:D
Aguardo contato.!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuando falamos em seguir, nos referimos ao blog. Procure, na barra lateral esquerda, lá embaixo, a palavra seguidores. Logo abaixo tem escrito: participar deste blog. Clique aí e siga as instruções.
ResponderExcluirUm abraço