quinta-feira, 11 de junho de 2015

É HOJE!

A poeta Débora Ventura ao lado do marido, o poeta Antonio Ventura
A descoberta de uma verdadeira poeta é descoberta de estranho e habitável mundo. (Carlos Nejar)

A família Ventura convida você e sua família para o lançamento do livro A NAVEGANTE, da poeta Débora Ventura, que será realizado hoje, a partir das 19h, na Livraria da Travessa do Ribeirão Shopping.

Os 40 poemas contidos no livro foram escritos por Débora entre 2.000 e 2.014. A autora já participou de várias coletâneas, mas este é seu primeiro livro individual.

A NAVEGANTE  foi prefaciado por Antonio Carlos Secchin e apresentado por Carlos Nejar, ambos membros da Academia Brasileira de Letras.

Os artistas plásticos Tânia Jorge e Marcos Irine
 assinam a capa e as ilustrações, respectivamente.

Leia , a seguir, o texto de Carlos Nejar.

O VERSO ( IN)TENSO E PURO DE DÉBORA VENTURA

A descoberta de uma verdadeira poeta é descoberta de estranho e habitável mundo. Porque mundo é o que sai do poema e mais, de uma amiga do vento. É simples como a água e o pão e sacia a sede e alimenta. Por sermos ávidos do que é simples, límpido e permanente, como o movimento da vida. Assim é este livro da Débora, A navegante, que pode ser a Débora bíblica pelo senso de realidade e é de Débora Ventura, que pega as coisas pela mão da palavra, como a poesia quer. O verso intenso com textura de orvalho. Não pensa o verso, o verso que a pensa. É genuína como uma Cora Coralina, de Goiás e Cora Torres, de “Vento de Altura”, no Rio Grande. Poesia que é feminina, substantiva, suave, com limpo horizonte e coragem de “o poema desfazer-se inteiro diante do   espelho”. E no dizer de Jean Cocteau, “os espelhos preferem refletir um pouco antes de reenviar as imagens”. E o espelho de sua imaginação cintila no falar das metáforas. Poeta de mão verdadeira que cresce a semente . Ou tem segredos na prateleira dos símbolos, com o dia vindo pela janela. Sim, Débora é surpreendente e possui “o pensamento escorrendo pelas arestas do osso”. E há um osso de verdade nas imagens claras como nuvens que se  sucedem. E que o leitor vai reconhecer, por ter voz  própria, voz generosa de fonte, voz que precisa ser ouvida e que não guarda pedra, por se “guardar humana”. Não somente porque “viver é preciso”, mas também o ato de “continuar é preciso”. Não carece de vocábulos exatos, carece de entrega ao ser amado. Tecendo sua juventude, desenhando o sol, a casa ou árvore, sem deixar de contar, fio a fio, a existência. Sim, esta poesia necessita de sol e margem e sabe conduzir o leitor, tocando a sua alma. Com tal mistério não pede explicação. Como o “sono  da noite”, que abraça a cidade, o medo.

E é o mencionado Jean Cocteau que afirma que se “reconhece um poeta, não pelo estilo, mas pelo olhar”. E o  olhar, aqui, é cristalino. Ou, no parecer de Mário Quintana, ”o poeta é uma voz reconhecível dentre as outras”. O que sucede neste livro. E ao ver que “a vida é efêmera”, capta o instante para eternizá-lo. Já que a poesia encaixa apenas na luz.

CARLOS NEJAR
da Academia Brasileira de Letras

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