Transcrevemos, a seguir, o texto publicado pelo jornal ENFIM.
Ventura e
Menalton participam, como autores, do lançamento da “Antologia da UBE”
Em noite festiva, em 23 de março passado, nas dependências da
Academia Paulista de Letras, com a presença de escritores e autoridades convidadas,
aconteceu o lançamento da Antologia da União Brasileira de Escritores (UBE) com
a participação de autores de todo o Brasil, em especial um grupo de autores ribeirão-pretanos
no qual sobressaem o poeta Antonio Ventura e o escritor Menalton Braff. Da
comitiva de Ribeirão Preto participante desse evento encontravam-se os autores
Antonio Ventura, Débora Soares Perucello Ventura, Menalton Braff, Mara Senna,
Eliane Ratier e Regina Baptista, ao lado do presidente do Instituto do Livro,
Edwaldo Arantes e do jornalista José Fernando Chiavenato.
Na solenidade de apresentação dessa antologia – prestigiando
75 autores nos gêneros poesia, conto e crônica - deu-se a posse da Nova
Diretoria da UBE, tendo como novo Presidente Durval de Noronha Goyos Jr.,
escritor e advogado; Goyos recebeu o caro do ex-presidente Joaquim Maria
Botelho, escritor e jornalista, responsável por uma excelente gestão à frente
daquela entidade.
A Balada do
Rei e o Menino*
Enfim reproduz o poema A balada do Rei e o menino, do poeta
Antonio Ventura, , selecionado para a Antologia da UBE:
As noites do rei estão repletas de mortos
em valas fundas e coletivas
no negro frio da noite, da floresta.
Eu não, eu pássaro, eu menino.
Os dias do rei são de espertezas, traições,
ciladas, facas traiçoeiras, de repente.
O sangue ao sabor de simples vento.
O sangue do homem vampiro
escorrendo do pescoço da vítima desavisada.
Eu não, eu pássaro, eu menino.
Nas noites do rei não só o horror da morte
mas da carnificina, povoam seus sonhos,
sua consciência e não encontra vento
nem ar, na densa floresta de abutres.
Eu não, eu pássaro, eu menino.
Mas o rei dorme feliz, porque ele é o rei,
é a faca que sangra, o tiro certeiro
na pureza de Maria, no seio de Maria,
e nos filhos sem pais e sem Maria.
Eu não, eu pássaro, eu menino.
Deixe que o rei manche de sangue sua espada
mate as criancinhas e as crianças e os meninos.
Usurpe da coroa nem de prata mas de lata.
Deixe que o rei deite em leito com seus fantasmas
deixe que o rei durma com seus mortos
pois morto, morto, um dia será o rei posto.
Eu não, eu pássaro, eu menino.
Antonio Ventura
*(Este poema encontra-se no livro O catador de palavras e na Antologia
UBE 2015).
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