Na próxima terça-feira, dia 5 de maio, será lançado na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio de Janeiro, o livro de poemas "A navegante", de Débora Ventura.
LANÇAMENTO TOPBOOKS / MAIO 2015
Os 40 poemas que
compõem este livro de estreia de Débora Ventura foram escritos entre 2.000 e
2014. No prefácio, o poeta e crítico literário Antonio Carlos Secchin, membro
da Academia Brasileira de Letras, destaca que a autora revela aqui “marcas de
um olhar e de uma voz peculiares”. O professor Marcos Pasche, que assina o
posfácio, completa: “Aos náuticos, o navegar é preciso, porque reto e certeiro.
Aos leitores de poesia, o navegar é preciso pela necessidade de compreender o
que há entre céu e águas para além da precisão de fórmulas e estatísticas.
Movido por ventos inesperados, que este A navegante conduza o leitor para um
onde não previsto pelos mapas, em que o brado enérgico diz ‘poesia à vista!’.”
Além do belo desenho de Tânia Jorge na capa, outras 41 ilustrações a cores de
Marcos Irine enriquecem este volume. Leia a seguir o texto de apresentação do
livro, escrito pelo também poeta e acadêmico Carlos Nejar.
O VERSO (IN)TENSO E PURO DE DÉBORA VENTURA
A descoberta de uma verdadeira poeta é descoberta de
estranho e habitável mundo. Porque mundo é o que sai do poema, e mais: de uma
amiga do vento. É simples como a água e o pão, e sacia a sede e alimenta; por
sermos ávidos do que é simples, límpido e permanente, como o movimento da vida.
Assim é este livro da Débora, que pode ser a Débora bíblica,
pelo senso de realidade, e é de Débora Ventura, que pega as coisas pela mão da
palavra, como a poesia quer. O verso intenso com textura de orvalho. Não pensa
o verso; o verso é que a pensa. É genuína como Cora Coralina, de Goiás, e Cora
Torres, de Vento de Altura, no Rio Grande do Sul.
Poesia que é feminina, substantiva, suave, com limpo
horizonte e coragem para “o poema desfazer-se inteiro diante do espelho”. No dizer
de Jean Cocteau, “os espelhos preferem refletir um pouco antes de reenviar as
imagens”. E o espelho de sua imaginação cintila no falar das metáforas. Poeta
de mão verdadeira que cresce a semente; ou tem segredos na prateleira dos
símbolos, com o dia vindo pela janela.
Sim, Débora é surpreendente, e possui “o pensamento
escorrendo pelas arestas do osso”. Há um osso de verdade nas imagens claras
como nuvens que se sucedem – e que o leitor vai reconhecer, por ter voz
própria, voz generosa de fonte, voz que precisa ser ouvida e que não guarda
pedra, por se “guardar humana”.
Não somente porque “viver é preciso”, mas também o ato de
“continuar é preciso”. Não carece de vocábulos exatos, carece de entrega ao ser
amado. Tecendo sua juventude, desenhando o sol, a casa ou árvore, sem deixar de
contar, fio a fio, a existência. Sim, esta poesia necessita de sol e margem e
sabe conduzir o leitor, tocando sua alma. Com tal mistério, não pede
explicação; como o “sono da noite”, que abraça a cidade, o medo.
E é o mencionado Jean Cocteau quem afirma que se “reconhece
um poeta não pelo estilo, mas pelo olhar”. E o olhar de Débora Ventura é
cristalino. Ou, no parecer de Mário Quintana, “o poeta é uma voz reconhecível
dentre as outras” – como sucede neste livro. E, ao ver que “a vida é efêmera”,
capta o instante para eternizá-lo. Já que a poesia encaixa apenas na luz.
CARLOS NEJAR
da Academia Brasileira de
Letras
SINOPSE
A navegante 103págs. / R$29,90
Débora Ventura
ISBN: 978-85-7475-247-1
— Este livro de estreia da autora, seleção de 40 poemas
produzidos entre 2000 e 2014, ganhou prefácio do poeta, crítico literário e
acadêmico Antonio Carlos Secchin, que afirma: “Trata-se de um lirismo de
entretons, avesso à grandiloquência, e que na contenção discursiva e na
melancolia do desalento produz seus melhores frutos”. No posfácio, o professor
Marcos Pasche, mestre em literatura brasileira pela UFRJ, assinala que “os
versos simples e claros, que proporcionam leitura fluida e penetrante,
contrastam com a atmosfera que formulam, marcada pelo que passou e ainda
permanece, feito lâmina e sombra, na pele e na memória”. No texto de
apresentação, o poeta Carlos Nejar, também membro da ABL, diz que a autora
“pega as coisas pela mão da palavra, como a poesia quer. (...) Não pensa o
verso; o verso é que a pensa”. Além do belo retrato na capa do livro, feito por
Tânia Jorge, 41 desenhos coloridos de Marcos Irine ilustram a poesia de Débora
Ventura.
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