Qual a cura para a tristeza,
se a alegria foi embora com o inverno que curvou nossos corpos na semeadura dos
campos de trigo? Mas não, logo virá a primavera, o sol banhará a terra sedenta
de flores e banhará o verde dos campos ainda não devastados e a luz que inunda o
mundo inundará as flores verdes dos campos verdes, minha bela. Amor que amo,
não somente porque chegará a primavera, mas principalmente porque chegará a
primavera e andaremos descalços na enxurrada, logo após as grandes chuvas. Te
amo mesmo, muito mais pelo amor do amor somente do que pela primavera que está
chegando, no futuro cheio de luz e flores nos jardins invisíveis de nosso ser,
no jardim invisível de nosso amor, porque é sabido que te amo, não somente por
causa da primavera, mas também porque logo chegará o verão e o mar canta nas
praias azuis, onde o sal branco brilha ao sol de verão, ah, minha bela, quando
lembro de teu corpo dourado ao sol do meio dia, te amei mais do que o amor que ama
o próprio amor e no fim das avenidas te amei, não
somente porque chegará a primavera e não porque somente chegará a luz que banha
o verão e banha as praias, as ruas, as piscinas e banha a luz sobre os verdes
das árvores das gramas e dos arbustos. Tudo, minha bela, somente porque chegará
a primavera e te prometo vento em teu cabelo, em teu rosto, vento ventando
pelas ruas do mundo e principalmente os ventos que ventam na pequena cidade
onde moramos na rua dos Flamboyants, ah, pelo amor do amor te amo, no cair da
manhã, no cair da tarde, no cair da noite te amo desesperadamente,
igual a criança que te amo já perto da primavera cheia de
flores nos jardins e nas paredes dos muros cheios de musgos e cheios de
maravilhas, maravilhada és tu, ó amada, criança ao vento, passarinho que canta
para mim, tua presença me estremece como o voar do pássaro que voa docemente no
azul da primavera, minha bela.
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