Para Débora Soares Perucello Ventura.
POIS É, MINHA BELA
Pois é, minha bela, dormes e
nem sempre estarei permeando teus sonhos que são somente teus. No espaço de
cada átomo substancial do universo curvo, onde a curvatura é uma reta que volta
sempre às suas origens.
Grandes são teus olhos, que a tudo
veem. Na noite vasta, teus olhos dormem, ou apenas cochilam, esperando para
acordarem com o mais tênue suspiro? Não importa, teus olhos são enormes, minha bela,
e devoram o luar.
Pois
é, minha bela. O herói conquistou Troia, não somente pela força, mas pela
astúcia. Assim diz a lenda. Ah, Helena! Helena! Uma mulher provoca a primeira
guerra do mundo.
Não
sei por que estás muda, minha bela. Lá fora a noite descansa sobre os ventos
gelados. Eu queria ser menino, para te proteger deste frio. Para saltar sobre a
relva perdida, orvalhada na manhã. Para te trazer o sol numa bandeja.
Quase
sete horas desta manhã de domingo. O dia amanhece. Os primeiros pardais piam
nos telhados. Outros pássaros fazem barulho, no início da manhã cinza e um
pouco fria. Casal de bem-te-vis gritam pousados no muro do quintal. Realmente o
dia amanhece. Bom dia, minha bela.
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