O poema a seguir está publicado no livro "O guardador de abismos" .
TENTATIVA INÚTIL DE DESCREVER
CHUVA CAINDO NA MADRUGADA QUASE DIA
Hoje, 25 de outubro de 2007,
provavelmente quase cinco horas da manhã. Chove, barulho de água caindo dos
toldos, dos telhados. E chove num ritmo igual, insistente. Meu amor eterno e
breve como a vida dorme. E a chuva cai, no mesmo ritmo e mesmo barulho. Impressionante
a chuva, sinfonia de uma nota só, na manhã cinza que vem chegando.
Impressionante, a chuva foi só aumentar um pouco de intensidade para mudar a
sinfonia, que continua, não obstante, no mesmo tom. A chuva e o barulho de água caindo é como uma rainha reinando
em seu reino líquido. Barulho que acalanta, cantiga de ninar poeta insone.
Cantiga de ninar água caindo dos toldos, do telhado da casa onde um poeta ouve
a sinfonia da chuva que veio de longe, mas tão antiga como a chuva, meu doce
amor que dorme. E chove! Mas nem por isso a Terra deixa de rolar nas
profundezas do ar para apontar sua face para o sol; embora não garanta o
amarelo quente, pode ser claridade cinza como os dias de chuva. Chove! E a
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