Acadêmicos prestigiam lançamento do novo livro de Antonio
Ventura
Cultura - 11/05/2014
O novo livro de Antonio Ventura, "O Guardador de
Abismos", foi lançado nesta quarta-feira, 7, na Livraria da Travessa, em
Ipanema, no Rio de Janeiro. O livro revela os encontros e desencontros de um
homem com sua infância.
Amigos, fãs de poesia e os escritores imortais da Academia
Brasileira de Letras, Antonio Carlos Secchin e Carlos Nejar; além do editor
José Mário Pereira; do crítico literário, Adriano Spínola; do artista plástico,
Marcos Irine; dentre outros, participaram da concorrida noite de autógrafos.
Bastante emocionado com a repercussão da nova obra, Antonio
Ventura agradeceu o carinho e a presença de todos ao evento cultural, que
reuniu intelectuais, artistas e público em geral do Rio de Janeiro, Paraty e
São Paulo.
Obsessão pela intensa prática intertextual - Ivan Junqueira,
membro da Academia Brasileira de Letras, jornalista, poeta e crítico literário,
fez a seguinte análise do novo livro do poeta Antonio Ventura: "Ao
concluir a leitura de O guardador de abismos, do poeta paulista Antonio Ventura,
a primeira pergunta que me ocorre é a seguinte: a que gênero literário de nosso
tempo pertenceriam esses textos? Inclino-me aqui a considerá-los como
tangenciais à categoria algo evanescente da prosa poética ou à do poema em
prosa. Em carta dirigida a Arsène Haussaye, pergunta o autor de As flores do
mal: “Qual de nós, em seus dias de ambição, não sonhou com o milagre de uma
prosa poética musical, sem ritmo e sem rima, bastante maleável e bastante rica
de contrastes para se adaptar aos movimentos líricos da alma, às ondulações do
devaneio, aos sobressaltos da consciência?”
Creio que foi isso, acima de tudo, o que pretendeu Antonio
Ventura em seus textos, nos quais avulta uma indisfarçada obsessão pela
fugacidade do tempo, pelos desmandos do vento, pela intensa prática
intertextual (Drummond, Pessoa, João Cabral, García Lorca, Heráclito, Clarice
Lispector, Lygia Fagundes Telles, Cervantes) e pelo branco, essa não-cor na
qual se entrelaçam todas as cores e que, na Commedia dantesca, dá origem àquela
intolerável luz que banha a sua metáfora do branco. Assim como ocorre nos
poemas em prosa de Baudelaire, percebe-se em O guardador de abismos uma nítida
despreocupação seja com o ritmo, seja com a rima, e, ao contrário, uma
incessante busca por aqueles contrastes que tentam adaptar sua prosa “aos
movimentos líricos da alma” e “às ondulações do devaneio”.
Sobre Antonio Ventura – Antonio Ventura é membro da Academia
Riberopretana de Letras e é oriundo da “geração mimeógrafo” dos anos 1970,
fenômeno sociocultural que aconteceu após a Tropicália e que buscava meios
alternativos para difusão cultural em plena ditadura, época em que viveu no Rio
de Janeiro e vendia seus poemas no Teatro Ipanema, publicando-os nas revistas
“Rolling Stone” e “Vozes”.
Radicado há mais de 10 anos em Mococa, Antonio Ventura,
natural de Ribeirão Preto, é juiz aposentado, fundador e presidente do Grupo
Início (que reúne escritores e poetas da cidade de Mococa), coordenador da
União Brasileira de Escritores em Mococa e foi diretor de Cultura e Turismo da
Prefeitura local. Ganhador do prêmio Governador do Estado de Conto e Poesia, da
Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo, foi crítico de cinema e
teatro na revista “Bondinho”.
Em 2011, publicou o livro de poesias “O Catador de Palavras”
pela Topbooks, que foi bem recebido pela crítica.
Serviço – Editado pela Topbooks, o livro custa R$ 39,00 e
pode ser adquirido no seguinte endereço eletrônico: http://www.topbooks.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário ou mensagem para o autor.