segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SALVE ELIZABETH BROWNING


Sempre procurei o amor pelo amor somente.
Mas a amada mal-amada desgramada quer comer meus olhos.
Que faço eu? Sem meus olhos eu não vivo.
Mas a danada quer comer meus olhos.
Chupar meus olhos até a última gota do dia.


Ah! É Por isso que quero o sol
quero os horizontes lá longe
ah, eu quero o mar
que grita como doido em meus ouvidos,
batendo espuma na pedra.

Ah! Como está triste este
lobo inútil, sem presa do seu lado.
É inútil o meu uivo que penetra as montanhas geladas.

Ó mulher desgrenhada! Gostas de mim
ou de minhas mãos?  Ou da comida que ponho
em nossa mesa, com peixe, arroz, feijão,
salada de alface e tomates maduros?

O lobo já não come carne humana, Lenora,
virou lobo de quintal, de coleira,
e sua função hoje é ser funcionário público
e pagador das contas da família.

Ah! Onde estás agora,
Elizabeth Browning,
nesse momento que te chamo
para o arco-íris, para o parque de brinquedos?


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