Antonio Ventura participa amanhã da mesa-redonda "A dificuldade para se entender a poesia", na Feira do Livro de Ribeirão Preto.
A seguir, o poema que deu nome à sua antologia, lançada em 2011, e a este blog.
O CATADOR DE PALAVRAS
Queria ser
sábio
e conhecer
todas as informações
do mundo
e do
universo.
Mas sou
humano.
Queria não
ser palhaço
no picadeiro
deste circo,
nem pisar
na corda
bamba.
Mas sou
humano.
Queria dar a
todos
a merecida
justiça,
o merecido
pão
para matar a
fome.
Mas sou
humano.
Queria ser o
primeiro,
só para não
ter a vergonha
de ser
último.
Mas sou
humano.
Queria ser
forte
como as
pedras
e como as
espumas
do mar
incessante.
Mas sou
humano.
Queria ser
feliz
e não
precisar chorar
diante da
tarde azul
e da
primeira estrela.
Mas sou
humano.
Queria ser
eterno
na
fugacidade
do breve
instante.
Mas sou
humano.
Queria ser o
mágico
e tirar de
minha cartola
os pássaros
e os
segredos
de Deus.
Mas sou
humano.
Mas ninguém
poderá negar
que numa
tarde
desenhei com
aplicada mão
os símbolos.
E que vi,
na noite que
entra,
a árvore da
alegria
desenhada
nas
incomensuráveis
estrelas.
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