segunda-feira, 15 de outubro de 2012

SENHORA


 

Essa tarde de domingo, Senhora,
me dedico a você, a ti,
a vosso nome, Senhora,

dedico esta tarde de domingo lasso.

 
Bem te vi, Senhora,

ou nem te vi assim tão séria
diante da brincadeira

ou diante da alegria, quem sabe, até.
As sim livre

quero me chegar a ti.

 

De mim, para ti, Senhora,

essa tarde de domingo baço,
contudo o so l é quente, Senhora,

muito quente
como n ossas paixões

ânsias, desejos, vontades, imaginações.

 
Imaginai, Senhora, que um dia
haverá uma festa

diante de um simples pôr-do-sol
e de um arco-íris!

Minhas cores eu as dou para ti, Senhora,
para você, Senhora,

para vós, Senhora,
minha, tua, vossa, nua!

 

Para ti, Senhora,
dedico essa tarde vulgar de domingo.

(Mas hoje tem curso de parapsicologia)
Para ti dedico essa tarde de domingo,

Senhora,
deixei de ver minhas outras namoradas,

aquelas que cativo
qual pequeno prín cipe de Exupéry.

Ah !... Senhora!
Dizem ainda que sou um romântico

incorrigível, desprezível , maldito.
Mas, Senhora, hoje poderia estar p asseando

nessa tarde de domingo,
numa pracinha deserta

do inter ior!

 
Você já olhou bem na cara do herói,

Senhora? Ah , tempo sombrio, este tempo!
(o tempo da flor atômica)

que já di zem
todos os jornais

que é só apertar um botão
e tudo pode explodir!

 
O vampi ro, Senhora, vem com o medo

que cresce como sombra sobre a cidade,
sobre os vales perdi dos

da imaginação.

 
Para ti, Senhora,
a vós, a ti mesma, a você,

essa tarde de domin go,
Senhora,

de todas as minhas paixões
e minhas palavras.

 
Para um bom entendedor, Senhora,

as palavras não se bastam
para explicar tudo

e até aquilo que nunca imaginamos
na grande, grandíssima,

imensa
árvore

da
imaginação

que
nos

i
ma

gi
na!

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